NINGUÉM FICA PARA TRÁS! A situação provocada pela disseminação do vírus COVID-19, com tudo o que envolve de alteração da normalidade, afecta de forma geral e radical a vida de toda a comunidade, mas afecta com particular violência quem já se encontrava numa condição de fragilidade antes da pandemia surgir. Quem vive sem casa ou habita uma casa insalubre, quem tem trabalho sem direitos e quem não tem trabalho de todo, ou quem está social e afectivamente mais isolado, são as pessoas que mais expostas estão à violência de um vírus que ataca tenazmente a vida biológica, ao mesmo tempo que paralisa largas esferas da produção e circulação.Cabe-nos a todos agir de acordo com as regras de higiene e de saúde necessárias para lidar com o coronavírus, cumprirmos a nossa parte num projeto coletivo de eliminação do risco.
Mas o projeto coletivo de uma comunidade não pode passar apenas por isto e não pode revelar-se somente nestes casos de emergência. Também deve passar, por exemplo, por exigirmos que toda a gente tenha sempre direito a todos os direitos que permitam levar uma vida digna, incluindo o acesso a serviços essenciais, rendimentos, habitação, saúde, educação e qualidade de vida. No momento presente, perante a ameaça da catástrofe social, apresentar essa exigência é uma responsabilidade de todos, e algo que é, pelo menos, tão grande e decisivo como ficar em casa para evitar o contágio do vírus. Trata-se de garantir que ninguém fica para trás e que, nesta fase difícil e potencialmente devastadora, toda a gente terá acesso às condições necessárias à sua sobrevivência e à sua dignidade.
Para que ninguém fique para trás estas são as seis demandas que apresentamos:
1 – Saúde para toda a gente
2 – Casas para toda a gente
3 – Gratuitidade dos serviços essenciais
4 – Rendimento Básico de Quarentena
5 – Manutenção dos postos de trabalho
6 – Indulto de presos por crimes menores e dignidade para todos